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terça-feira, 21 de junho de 2011

ANABOLIZANTES- QUE SÃO?

Vamos esclarecer alguns conceitos científicos; metabolismo é o nome de todas as reações bioquímicas do nosso organismo. Anabolismo é as reações que constrói ou recompõem células e Catabolismo, as que resultam do trabalho das células.

No caso das drogas anabolizantes, drogas que ajudam no crescimento das células musculares, geralmente derivados da testosterona, que é o hormônio masculino. As estatísticas sobre os efeitos na população ainda são precárias, devido a sua utilização por parcelas consideráveis da população, ser relativamente recente. Os estudos experimentais, em que estas drogas são administradas e seus efeitos analisados, sempre com conclusões mais confiáveis, são dificultados no caso de anabolizantes hormonais em pessoas saudáveis por razões éticas.

Alguns trabalhos experimentais são encontrados na literatura, envolvendo a utilização de esteróides anabolizantes (hormônio masculino sintético) para o tratamento de doenças como anemias, alguns tipos de câncer e reposição hormonal. Também existem trabalhos experimentais estudando os efeitos de derivados da testosterona com o objetivo de contracepção masculina.

Estudos de observação, em grupos de usuários de drogas anabolizantes têm contribuído para a identificação das ocorrências patológicas mais freqüentes. Em recente pesquisa, um questionário foi distribuído para 1.667 pessoas em academias do Reino Unido, e publicado no International Journal of Sports Medicine, 18:557-62, 1992.

Entre os homens interrogados 9,1 % usavam drogas anabolizantes contra 2,3% entre as mulheres. Entre os usuários, apenas 28% eram atletas de competição. O sistema de ciclos interrompidos, quando a pessoa usa a droga em alguns períodos e em outros não, foi utilizado por 88% dos usuários, e 77% relataram ter percebido efeitos colaterais como. Atrofia do testículo em 56% dos casos, ginecomastia ginecomastia (crescimento dos mamilos nos homens) em 52%, dificuldade para dormir em 37%, hipertensão arterial em 36%, lesões tendinosas em 26%, sangramento nasal em 22% e resfriados freqüentes em 16%.

Entre as mulheres foram relatados casos de irregularidades menstruais, hipertrofia do clitóris, diminuição das mamas, engrossamento da voz, acne, queda de cabelo e hirsutismo (presença de pelos pelo corpo). Por ocasião da interrupção dos ciclos foram freqüentes os relatos de tonturas, fraqueza, perda da libido e dores articulares.

Considerando a totalidade dos trabalhos publicados até o presente, podemos concluir que o uso abusivo de esteróides anabolizantes apresenta alta incidência de efeitos indesejáveis em períodos curtos de uso, embora nem sempre graves. Mas, à longo prazo, doenças graves poderão ser desencadeadas dependendo das drogas empregadas, do tempo de utilização, das doses e da predisposição individual.

As drogas de uso oral estão mais associadas com os tumores do fígado, com o desencadeamento das diabetes e com as doenças cardíacas coronarianas. Os mecanismos de doença são o maior metabolismo hepático das drogas, aumento da resistência celular à insulina e depressão do HDL-colesterol. As drogas injetáveis produzem mais ginecomastia e maior tendência para a trombose, cerebral e periférica, devido à maior formação metabólica de hormônios femininos estrogênicos. O fechamento prematuro das linhas de crescimento nas epífises ósseas dos adolescentes, a hipertensão arterial e o câncer da próstata aparece em associação, tanto com os esteróides orais, quanto com os injetáveis.

A impotência sexual parece ser mais consequência de fenômenos depressivos, às vezes intensos, e que podem levar ao suicídio. Muitos usuários ficam dependentes dos esteróides por conta do mal-estar produzido pela supressão da droga. A fertilidade normal pode tardar de seis meses à um ano, justificando a proposta de utilização dos esteróides androgênicos como anticoncepcionais masculinos. A utilização de gonadotrofina cor gonadotrofina coriônica ao final de cada ciclo, também prática comum entre atletas para estimular os testículos parecer ser normalmente desnecessária e aumenta a incidência de ginecomastia.

As mortes que têm sido associadas aos esteróides anabolizantes parecem ser decorrentes do uso contínuo prolongado ou de doses abusivas. As causas dos óbitos foram infartos cardíacos, trombose cerebral, hemorragia hepática, sangramento de varizes do esôfago, miocardiopatia, metástases de tumores da próstata e do fígado, infecções por depressão da imunidade ou contaminação por medicamentos falsificados (AIDS e hepatite).

Uma importante questão é saber se existe maneira segura para a utilização de esteróides androgênicos. Admite-se que doses menores e utilização interrompida tenham menor probabilidade de produzir efeitos indesejáveis, mas a quantificação dos riscos individuais ainda não é possível. Duas situações são indesejáveis no presente momento: exagerar o risco dos anabolizantes hormonais e ignorar a possibilidade de ocorrência de doenças graves.

Com relação aos riscos, pode-se imaginar que na melhor das hipóteses será possivel chegar à esquemas de administração com segurança semelhante à dos anticoncepcionais femininos. A utilização de esteróides estrogênicos por mulheres de todo o mundo com finalidade de contracepção tem efeitos colaterais muito semelhantes aos dos anabolizantes hormonais, mas ocupam muito menos espaço na mídia. A nossa sociedade parece considerar a contracepção uma razão justificável para que as mulheres corram riscos para a saúde, mesmo com as estatísticas demonstrando a ocorrência de doenças graves. Por outro lado, atletas e treinadores despreparados costumam desconsiderar os riscos dos esteróides, baseados na aparente saúde de alguns campeões. Essa atitude é indefensável e coloca muitos jovens em situação crítica para a saúde.
Esperamos ter contruibuido com você. Faça a sua pergunta.

Texto: Otilio Bezerra

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